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Ciência e tecnologia no combate ao crime na PB
Na Paraíba, a tecnologia e a ciência vêm se revelando grandes aliadas da Polícia Civil no combate à criminalidade.
Responsável pelas perícias criminais, o Instituto de Polícia Científica (IPC) dispõe de setores com equipamentos capazes de esclarecer e até apontar o autor de um ou vários delitos. É o caso do setor que analisa o DNA humano.
Batizado científicamente como "ácido desoxirribonucléico, o DNA è uma molécula que guarda informação genéticas das pessoas. Passa de pais para filhos e determina várias características humanas, como cor de olhos, pele e cabelos.
Apenas gêmeos univitelinos possuem DNA igual. Nas demais pessoas, a estrutura dessa molécula é única, como ocorre na impressão digital.
Pelo fato dessa molécula ser única em cada pessoa, o setor de DNA do IPC da Paraíba vem conseguindo apontar suspeitos de praticar delitos e indicar rumos de investigações.
È o que explica Gysleide Bastos, perita e gerente operacional de análise do DNA do IPC da Paraíba. Ela conta que o setor foi criado há 15 anos e se tornou o pioneiro nas regiões norte e nordeste do país.
O setor atua principalmente em investigações de crimes sexuais e na identificação de cadáveres. Mas pode ser acionado em qualquer caso em que seja necessária a análise de vestígios que contém DNA coletados em local de crime ou no corpo da vítima.
"Sangue, saliva, sêmen, suor, secreções vaginais, pêlos humanos. Tudo isso possui DNA. É muito difícil alguém não deixar qualquer vestígio desse no local de crime", afirma Gysleide.
"O DNA é molécula muito resistente e pode ser encontrado até em corpos carbonizados", acrescenta a gerente.
No início deste mês, a Polícia Civil fez novo indiciamento contra um caminhoneiro suspeito de estuprar e matar uma adolescente de 16 anos. O caso ocorreu em novembro do ano passado na cidade de Capim, interior da Paraíba.
O homem foi preso, indiciado pelo homicídio, mas negou ter praticado a violência sexual. No entanto, o setor de DNA encontrou material biológico dele nas partes íntimas da vítima e comunicou à delegacia que está apurando o caso.
A delegacia, por sua vez, encaminhou o resultado do exame à justiça, indiciando homem pelo crime de estupro. O caminhoneiro permanece preso.
"Por ter uma composição única em cada pessoa, o DNA de uma pessoa sendo encontrado em um local de crime, indica que aquela determinada pessoa esteve ali. Ė uma prova material irrefutável e robusta", conclui a perita.
Banco de dados de DNA
Todo material coletado é catalogado e guardado em um banco de dados de DNA que possui cerca de 500 perfis genéticos cadastrados.
Sempre que os peritos encontram vestígio biológico de um suspeito de crime de estupro, por exemplo, é feita uma pesquisa neste banco de dados para verificar se o mesmo perfil genético já foi encontrado em algum caso anterior.
"Caso seja encontrado algum caso em que o mesmo DNA tenha sido localizado em investigação anterior, enviamos as informações são para a delegacia, que está apurando o fato", detalhou a perita.