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Polícia Civil participa de CPI de combate a feminicídio na Assembléia Legislativa

publicado: 13/11/2019 13h48, última modificação: 13/11/2019 13h48

A Polícia Civil participou da audiência pública ocorrida nesta terça-feira (12) na Assembleia Legislativa da Paraíba. O trabalho fez parte da Comissão Permanente de Investigação (CPI) criada para discutir as formas de combate e prevenção aos crimes de Feminicídio na Paraíba.

A audiência foi presidida pela deputada estadual Cida Ramos.  O delegado Carlos Othon, titular da Delegacia de Crimes Contra Pessoa de João Pessoa (DCCPES) foi convidado pela parlamentar para mostrar as formas de atuação da Polícia Civil nas investigações de Feminicídios. Ele foi indagado pela deputada sobre as dificuldades encontradas pela Polícia Civil na investigação de Feminicídios.

O delegado explicou que esses tipos de delito são de fácil autoria, mas de difícil prevenção por ocorrer em ambiente doméstico.

"O autor desse tipo de crime costuma forjar a cena de crime, para enganar a polícia, ocultando provas e simulando ser caso de suicídio", afirmou Othon.

Ainda de acordo com o policial, a parceria entre a DCCPES com as Delegacias da Mulher é de extrema importância para a elucidação do crime.

"Como o autor altera cena de crime, esconde provas, precisamos recorrer à Delegacia da Mulher para sabermos sobre histórico de agressões anteriores", acrescentou.

Outra dificuldade encontrada apontada pelo policial é a oitiva de testemunhas. "É muito difícil conseguirmos depoimento de testemunhas, principalmente pelo fato desse   crime ocorrer dentro de casa e, muitas vezes, não ser testemunhado", afirmou.

Apesar das dificuldades apontadas, o delegado destacou que a Polícia Civil recorre a todos recursos disponíveis para coletar provas e elucidar os femicidios.

"Feminicídio é uma qualificadora de crime de homicídio, que vai ser examinado pela justiça. Precisamos coletar provas para que o agressor seja julgado como autor de feminicídio e não de homicídio, que tem pena menor", declarou.

As delegadas Renata Matias e Maísa Felix, que atuam na Coordenação das Delegacias da Mulher, também participaram do evento.  Outras audiências da CPI estão previstas para ocorrer e ouvir familiares de vítimas desses delitos.